Propostas da CNI apontam inovação como fator para economia brasileira

José Augusto Fernandes, diretor de Políticas e Estratégia da CNI, apresenta propostas da indústria para as eleições de 2014. Foto: Miguel Ângelo/CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou na tarde da segunda-feira (28) 42 propostas para alavancar o desenvolvimento da indústria e da economia brasileira, que serão colocadas aos três principais candidatos à Presidência da República (Aécia Neves, Dilma Rousseff e Eduardo Campos) na próxima quarta-feira (30). A entidade que representa a indústria brasileira apontou que a inovação – aliada ao aumento de produtividade decorrente dela – é de fundamental importância para fortalecer o setor.

A atração de investimentos para a instalação de centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) é um fator preponderante dentro da proposta da CNI. Contudo, é preciso criar um ambiente econômico e legislativo compatíveis para que as empresas nacionais e estrangeiras possam investir no País.

“O Brasil tem chances extraordinárias de atrair centros de P&D. No entanto, precisamos  de mais velocidade na aprovação de patentes para que isso funcione. Dessa forma  e o País aumentará a sua capacidade de investimentos”, apontou o diretor de Políticas e Estratégias da CNI, José Augusto Coelho.

Outro ponto central da proposta é a inclusão das empresas brasileiras nas cadeias de valor global. Segundo José Augusto Coelho, é preciso abrir os olhos para além de suas fronteiras mais próximas. “O mercado do Brasil é bom, é grande, mas é insuficiente. O do Mercosul também não é o bastante. Precisamos ter uma estratégia mais agressiva de acordos comerciais que ampliem mercados para a indústria brasileira”, argumentou.

O compêndio final das propostas será apresentado apenas na quarta-feira, durante as conversas com os candidatos Aécia Neves, Dilma Rousseff e Eduardo Campos.

BIOECONOMIA E PROPRIEDADE INTELECTUAL

Temas sensíveis dentro do ambiente científico, a bioeconomia e os desafios ligados à propriedade intelectual também foram abordados no documento da CNI. Estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apontam que, até 2030, o mercado de biotecnologia industrial deve movimentar 300 milhões de euros. A entidade apresentou propostas de mudanças na regulação para bioeconomia e dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).

“O Brasil deve aproveitar as oportunidades latentes nesse campo para se tornar uma potência em bioeconomia”, aponta trecho do documento.

Já em relação à propriedade intelectual, a principal sugestão é a diminuição do tempo de espera para a concessão de patentes. Atualmente, uma nova concessão tem um tempo médio de espera de cerca de 11 anos. A intenção da CNI é reduzir este período de espera para quatro anos. A solução apresentada é aumentar o quadro de examinadores do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).

FATORES-CHAVE

Além da inovação e da produtividade, outros nove pontos foram apontados como primordiais para alavancar o desenvolvimento brasileiro nos próximos anos: educação; ambiente macroeconômico; eficiência do Estado; segurança jurídica e burocracia; desenvolvimento de mercados; relações de trabalho; financiamento; infraestrutura; e tributação.

Fonte: Agência Gestão CT&I