Rede Bionorte articula programa de pós-graduação

A Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Bionorte) proporá a criação de um programa de pós-graduação regional e multi-institucional sob sua chancela

O objetivo da Rede Bionorte é suprir a carência de profissionais com nível de doutorado e fortalecer a rede de pesquisa na região Norte. O processo de elaboração do curso de doutorado proposto para a Bionorte foi coordenado pelo presidente do Comitê Científico, Spartaco Astolfi Filho, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e envolve 145 professores de 21 instituições de ensino e pesquisa da Amazônia Legal.

O formulário Aplicativo para Propostas de Cursos Novos (APCN) foi encaminhado no início do mês à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O resultado sobre a avaliação da proposta deverá sair até o final deste ano.

Se o novo curso for aprovado, os organizadores planejam abrir 100 vagas para a primeira turma no primeiro semestre de 2011. A intenção é atender, principalmente, alunos e pesquisadores locais.

Estratégia

O curso deve se concentrar em duas áreas estratégicas: Biodiversidade e conservação e Biotecnologia e será estruturado em três linhas de pesquisa: Conhecimento da biodiversidade amazônica; Conservação e uso sustentável da biodiversidade e Bioprospecção e desenvolvimento de bioprocessos e bioprodutos.

"A estratégia é usar técnicas de biotecnologia para o conhecimento e uso sustentável da biodiversidade, agregando valor econômico à floresta em pé; ou seja, não derrubar a floresta, mas usar os recursos naturais para fomentar o desenvolvimento da região", informa Maria Cristina Braga, analista em ciência e tecnologia da Coordenação Geral de Gestão de Ecossistemas do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

A proposta prevê que o programa ofereça 66 disciplinas, sendo seis obrigatórias e 60 optativas. As obrigatórias são: "Biodiversidade Amazônica", "Uso e conservação de recursos genéticos", "Bionegócios e marcos regulatórios em biotecnologia", "Seminários" e "Estágio Docência" 1 e 2. O curso de doutorado terá um total de 200 créditos, distribuídos em 15 créditos de disciplinas obrigatórias, 15 de disciplinas optativas e 170 créditos para realizar a tese.

Além da formação de doutores, a rede visa alavancar os cursos existentes na região. "Alguns estados da Amazônia Legal não têm nem curso de doutorado nestas áreas. O curso proposto integrará os nove estados, desta forma, além de possibilitar a formação de recursos humanos, contribuirá para o fortalecimento dos cursos de pós-graduação já existentes e pode estimular o surgimento de outros cursos", afirma Maria Luiza Alves, coordenadora de gestão de ecossistemas.

Bionorte

A Rede de Bionorte foi criada por meio da Portaria 901/2008, com o objetivo de apoiar os nove estados da região, fortalecendo a infraestrutura e formando recursos humanos para a melhoria da pesquisa. Com a Bionorte, o ministério também pretende reduzir as diferenças locais no desenvolvimento científico e tecnológico.

O Conselho Diretor da rede é formado por representantes do MCT e dos ministérios da Integração (MI), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e dos conselhos nacionais de secretários estaduais para assuntos de ciência, tecnologia e inovação (Consecti) e das fundações de amparo à pesquisa (Confap), do setor empresarial e das universidades.

“O papel da Bionorte é criar uma nova realidade para o desenvolvimento da região. O objetivo é integrar competências para o desenvolvimento de projetos de pesquisa, desenvolvimento, inovação e formação de doutores, com foco na biodiversidade e biotecnologia", enfatiza o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), do MCT, Luiz Antônio Barreto de Castro, também presidente do Conselho Diretor. 

Fonte: Jornal da Ciência