Região Norte define diretrizes e propostas para a Conferência Nacional de CT&I
Criar novas Fundações de Amparo à Pesquisa e Secretarias Estaduais de Ciência e Tecnologia nos Estados da região Norte; ampliar a formação e fixação de Recursos Humanos na Região Amazônica, por meio da criação de cursos de pós-graduação; e aumentar o estímulo financeiro, com diferenciação salarial para a atração de doutores de outras regiões para a Amazônia.
Estas são algumas das propostas comuns aos quatro eixos discutidos durante a 2ª Conferência Regional Norte de Ciência, Tecnologia e Inovação, encerrada na última sexta-feira, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia.
O evento aconteceu em dois dias, 18 e 19 de março, ocupando onze salas do Hangar e reunindo mais de duas mil pessoas, entre representantes de entidades, institutos de pesquisa, fundações e secretarias ligadas à ciência, tecnologia e inovação da região norte.
Em cada uma das salas aconteceram debates de temas ligados aos quatro eixos pré-determinados pela coordenação do evento: “Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação”; “Inovação na Sociedade e nas Empresas”; “Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Áreas Estratégicas”; e a “Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Social”.
No último dia, os relatores dos eixos apresentaram relatórios com as principais propostas discutidas nas plenárias. “Muitas demandas são propostas que foram discutidas ainda na 1ª Conferência Regional, que ocorreu em agosto de 2001”, ressaltou o pesquisador do Amazonas, Guajarino de Araújo Filho, relator do eixo “Inovação na Sociedade e nas Empresas”.
Uma das propostas mais fortes apresentadas, trazida pelo relator do eixo “Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia & Inovação”, o pesquisador Lourivaldo Santos, da Fapespa, foi a criação de um Fundo de Amparo à Pesquisa da Região Norte, que seria formado com 1% da arrecadação de impostos dos Estados e a injeção do mesmo valor pela união.
Atualmente, com 13% da população brasileira, a Amazônia recebe apenas 4% dos recursos de CT&I e tem 6% do número de doutores do Brasil. A disparidade entre os estados da região também foi lembrada pelos relatores.
De acordo com eles, enquanto alguns estados já possuem FAPs estruturadas e que já estão fazendo o fomento à Pesquisa, outros ainda não tem nenhum órgão neste setor. Também foi lembrado pelo relator do Tema Central, Ricardo Adaime, pesquisador do Amapá, que não há Agência Federal de fomento à pesquisa com representação física na Região Amazônica.
Na sua apresentação, o relator final da conferência, Emanuel Tourinho (UFPA), ressaltou a importância de conjurar esforços de toda a comunidade acadêmica da Região Norte e aproximar a sociedade para a discussão das políticas de CT&I. “A decisão do que o Brasil quer como política para Ciência e Tecnologia para Amazônia define o que queremos para o futuro do país como nação”, disse.
As propostas apresentadas pelos relatores serão levadas à 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação que acontecerá no mês de maio, em Brasília, reunindo propostas de todas as conferencias regionais, com objetivo de definir as prioridades para uma política nacional de ciência, tecnologia e inovação que o Governo Federal vai implementar até o final deste ano.
Fonte: Ascom/Fapespa