Registrar patentes do produto gera vantagem comercial
Da indústria fonográfica até a aerodesportiva, a disseminação da tecnologia tem ampliado a preocupação das empresas com o registro de suas ideias, marcas e patentes. A Trike Ícaros, empresa fabricante de trikes – ultraleve pendular -, sentiu na pele essa preocupação com a propriedade intelectual. “Víamos a concorrência fabricando nosso produtos e ainda utilizando nosso nome, mencionando como ‘similar ao trike da Ícaros’. Percebemos que o mercado estava drenando um possível resultado nosso”, diz a diretora comercial da empresa, Tathiane Favero.
Diante desse cenário, a empresa solicitou o registro de propriedade intelectual do modelo Ômega Topless de asa, concebido pela Ícaros. O resultado foi positivo. “Acabamos coibindo um pouco a ação dessas empresas que replicavam nossos produtos. Até os anúncios da internet foram retirados”, afirma.
Na prática o resultado é visível também nos números: as vendas do modelo e de serviços de manutenção cresceram 55% em 2012 frente ao ano anterior. “Os clientes que acabavam indo para o mercado paralelo, passaram a executar os serviços com a gente”.
PROPRIEDADE INTELECTUAL
O registro da propriedade intelectual sobre algum produto garante uma segurança comercial para a empresa criadora – além de servir como baliza par ao mercado. Segundo o diretor da AG Moreira Marcas e Patentes, Vinícius Moreira, o investimento no registro não impacta sobre o preço do produto, uma vez que o custo é baixo – por volta de R$ 2 mil. “Muitas vezes, empresas levam 5 ou 6 anos desenvolvendo um produto e acabam perdendo dinheiro do investimento por causa da falta de registro e consequente aumento da concorrência”.
No Brasil, a estrutura regulatória para registro de marcas e patentes ainda é rudimentar. “O INPI ainda é um órgão muito lento. São 120 mil processos parados na instituição, o que faz com que o registro de patentes leve até 10 anos para ser efetivado”, conclui.
Fonte: Exame