SesCiência apresenta a mostra `As moléculas que mudaram a história do mundo’
22/10/11 – Apresentar a química de maneira lúdica, despretensiosa e sem conceitos pré-formulados. Esta é a proposta da mostra ‘As moléculas que mudaram a história do mundo’, que faz parte do projeto SesCiência do Serviço Social do Comércio (SESC). A exposição, em cartaz na Estação Ciência, localizada no Clube do Trabalhador do Sesi, convida o visitante a fazer um passeio por alguns dos acontecimentos históricos mais importantes da humanidade, contando como o mundo foi se transformando a partir de algumas descobertas da química. A mostra faz parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que acontece em Manaus até este sábado (22/10). Segundo os organizadores a expectativa é que, até final da Semana, a mostra receba cerca de 5 mil visitantes.
Inspirada na obra ‘Os botões de Napoleão’, de Penny Le Couteur e Jay Burreson, os painéis que compõem a mostra elegem 15 moléculas como as mais revolucionárias da história. O circuito começa com a Capsaicina e a Piperina, as moléculas da pimenta, que, juntamente com outras especiarias, ajudaram a modificar a configuração do mapa mundi, a partir do século XV, com o período das Grandes Navegações.
O passeio segue com as mudanças trazidas com a molécula da Glicose, encontrada no açúcar. Segundo o professor Raine de Jesus, coordenador da mostra, a descoberta desta molécula causou transformações não apenas nos hábitos alimentares e na economia mundial, mas também na constituição étnica das populações do novo mundo (América). “A economia da cana de açúcar, predominante na América do século XVI e XVII, necessitava de mão de obra em grandes quantidades e estes trabalhadores vinham, na sua maioria, da África”, disse, reforçando que estes movimentos migratórios possibilitaram a miscigenação de povos como o brasileiro, por exemplo.
Outras moléculas revolucionárias citadas na mostra são as da Celulose; dos Compostos de Nitratos; dos Corantes, do Fenol; do Isopropeno (de onde se extrai o látex); dos remédios milagrosos como a Penicilina, o Quinino e a Aspirina; da Progesterona, base da pílula contraceptiva; da Morfina, Nicotina e Cafeína, as chamadas moléculas do prazer; e dos Compostos Clorocarbônbicos, como o gás fréon. De acordo com Raine, essas moléculas, especificamente, mudaram o mundo duas vezes. Primeiro quando possibilitaram a produção de refrigeradores e a conservação dos alimentos e depois quando esses gases começaram a destruir a camada de ozônio, impulsionando a ciência na descoberta de alternativas menos danosas ao meio ambiente.
‘Os botões de Napoleão’
O livro ‘Os botões de Napoleão’, obra que inspirou a mostra `As moléculas que mudaram a história do mundo’, levanta um questionamento: o fracasso da campanha de Napoleão na Rússia, em 1812, poderia ser explicado por algo tão insignificante quanto um botão? Talvez. É que os botões das fardas dos soldados de Napoleão eram feitos de uma liga de estanho, e esta quando exposta a baixas temperaturas tende a se esfarelar deixando os soldados mais expostos ao frio, já que as roupas não se fechavam corretamente. Por isso se diz que Napoleão foi vencido pelo rigoroso inverno russo e não pelas tropas daquele País.
CIÊNCIA EM PAUTA/SECTAM, por Sílvia Leila Alves