Teste rápido de diabetes deve ser associado ao tratamento dentário
CIÊNCIAemPAUTA, por Cleidimar Pedroso
Uma pesquisa feita pelo acadêmico de odontologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Flávio Lima do Amaral, confirmou a necessidade de pacientes com problemas dentários realizarem testes rápidos para diagnosticar o diabetes antes de iniciarem tratamento dentário. O estudo comprovou que o percentual de 24% de 150 pacientes submetidos a um teste rápido, ao procurarem atendimento na Policlínica Odontológica da UEA, tiveram diagnóstico da doença.
O autor da pesquisa explicou que o paciente com diabetes submetido a determinados tratamentos odontológicos corre sérios riscos de ter complicações, inclusive o risco de morte, quando não faz acompanhamento ou o uso de medicamentos. “Tanto a hiperglicemia como a hipoglicemia podem gerar complicações graves durante os procedimentos mais invasivos em que utilizamos anestesia local ou instrumentos perfuro-cortantes”, disse.
A pesquisa é um dos quatro trabalhos selecionados para o Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes que será realizado no mês de outubro deste ano. O evento nacional tem repercussão internacional por reunir pesquisadores de todo o mundo.
Glicemia é o nível de glicose presente no nosso sangue. Quando o nível de glicose está alto é chamado de hiperglicemia e quando está baixo é chamado de hipoglicemia.
O diabetes pode ser associado ao aumento da incidência de doença periodontal (doença que gera perda óssea e dependendo da gravidade causa a perda dental), disfunção das glândulas salivares, aumento da severidade das infecções orais (uma simples afta, pode tornar-se uma úlcera), alteração do paladar, atraso na cicatrização, maior desenvolvimento de cáries e emergências médicas que decorrem da hiperglicemia e da hipoglicemia.
Outra contribuição do estudo foi o encaminhamento de pacientes diagnosticados com diabetes ao serviço médico para uma avaliação mais criteriosa. “Quanto mais cedo o diagnóstico de diabetes, melhor será a resposta ao tratamento”, destacou Flávio.
Atualmente, Flávio é finalista do curso de odontologia da UEA . Durante o estudo teve como orientadora a professora Rosana Elisabete Agostinho dos Santos e a professora Eliane de Oliveira Aranha Ribeiro, como coorientadora. A acadêmica Raicleice Moura de Oliveira também participou como colaboradora.
ALTERAÇÃO METABÓLICA
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a diabetes mellitus (DM) é a alteração metabólica glicêmica de evolução crônica e degenerativa mais comum na atualidade. Sua prevalência tem aumentado em proporções epidêmicas. São aproximadamente 170 milhões no mundo e dez milhões no Brasil. De acordo com Flávio, estima-se que se o ritmo de crescimento se mantiver, o DM se tornará a principal causa de morte nos cinco continentes.
Uma das formas de diagnóstico é a avaliação da glicemia através de testes rápidos que têm sido considerados precisos, se comparados aos testes laboratoriais. Estes testes baseiam-se em uma punção de uma gota de sangue capilar (um pequenino furo no dedo) e análise imediata por um aparelho portátil.
CONGRESSO
O congresso que Flávio vai participar ocorrerá em Florianópolis entre os dias 9 e 11 de outubro. “Terá grande importância em minha vida profissional e destaque em meu currículo, uma vez que apenas quatro trabalhos em todo o País foram selecionados, sendo o esse o único da região Norte e será publicado tanto em mídia impressa como digital. Além do mais, esse é um evento com destaque internacional, com palestrantes renomados da Alemanha, Canadá, Dinamarca, Eslovênia, Estados Unidos e Inglaterra”, disse.
CIÊNCIAemPAUTA, Cleidimar Pedroso