UEA e Fuam implementam ambulatório de teledermatologia no interior do Amazonas

Uma parceria estabelecida entre a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Fundação Alfredo da Matta (Fuam) vai fortalecer o diagnóstico e o controle da hanseníase no interior do Amazonas.

O acordo permite a implantação de um ambulatório de teledermatologia, como projeto piloto, nas cidades de Parintins e Lábrea sendo voltado, principalmente, para prevenção, detecção e controle dos casos de hanseníase. Além disso, também deve ampliar a capacitação de profissionais para o diagnóstico da doença.

Técnicos da Fundação Alfredo da Matta e do Núcleo de Telessaúde da UEA já estiveram em Parintins, este mês, para discutir com a prefeitura do município (distante 325 quilômetros da capital) os detalhes de um Acordo de Cooperação Técnica nesse sentido. Outra visita técnica está prevista para a segunda quinzena de março, desta vez, ao município de Lábrea, a 610 quilômetros de Manaus.

Os municípios foram escolhidos por apresentarem número expressivo de casos de hanseníase e uma rede de telessaúde já instalada, além de estrutura física própria da UEA. Para o coordenador do Núcleo de Telessaúde do Amazonas, professor Cleinaldo Costa, o projeto deve ajudar a prevenir a ocorrência de novos casos, diminuindo a incidência de hanseníase no Amazonas.

“Nós e a Fuam estamos trabalhando juntos neste projeto e a ideia é que possamos chegar às equipes distantes por meio do Telessaúde e que eles também possam responder a esses casos de forma rápida e, assim, identificaremos e trataremos essas pessoas sem a necessidade de trazê-los a Manaus”, explica.

O projeto recebe o aporte de R$ 358 mil por parte da Fundação Novartis e segundo o gerente do Núcleo de Telessaúde, professor Pedro Máximo Rodrigues, já é referência para futuras ações.

“O modelo de projeto que estamos desenvolvendo chamou a atenção da Fundação Novartis que já sinalizou o interesse de utilizar essa experiência em outras partes do Brasil e do mundo”, informa.

A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa que tem cura e cujo tratamento está disponível na rede pública de saúde.

“É importante manter um forte trabalho de busca ativa de novos casos da doença, para garantir aos pacientes o acesso aos medicamentos e, principalmente, que não haja o abandono do tratamento. As equipes de Saúde da Família e Unidades Básicas de Saúde, que são a porta de entrada do sistema, têm papel estratégico no combate à doença”, frisou o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim.

Segundo dados da Fundação Alfredo da Matta, no ano passado, em todo o Amazonas, foram detectados 628 casos novos de Hanseníase. Destes, 213 (o equivalente a 33,9%) eram residentes em Manaus e 415 (66,1%) residentes em outros 55 municípios do Estado. O número de casos novos na faixa etária menor de 15 anos foi de 63 (10%) e, em relação ao gênero, a proporção maior foi entre os homens (63,7%).

A doença – A Hanseníase é uma doença que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo. Pode variar de 2 a até mais de 10 anos. A doença pode causar deformidades físicas que podem ser evitadas com o diagnóstico no início e o tratamento imediato.

O tratamento da Hanseníase está disponível na rede pública de saúde e pode durar de 6 a 12 meses, se seguido corretamente. Além da medicação fornecida pelo serviço de saúde, o tratamento também consiste na realização de exercícios para prevenir as incapacidades e deformidades físicas.

Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade; dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas e inchaço das mãos e dos pés; caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos são alguns sinais de alerta para a Hanseníase.

Fonte: Ascom/UEA, por Lívya Braga