Uma casa flutuante Amazônica no cerrado
Desde que passou a atuar como cogestor das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, o Instituto Mamirauá passou a criar e consolidar estruturas para apoiar as pesquisas desenvolvidas nas áreas distantes das regiões urbanas. Diante deste cenário, as casas flutuantes foram adotadas como forma de abrigar pesquisadores e colaboradores nas terras mais remotas da Amazônia.
De acordo com Josivaldo Modesto, coordenador do Núcleo e Inovação, Desenvolvimento e Adaptação de Tecnologias Sustentáveis (Nidats), a implementação de bases de apoio flutuantes com tecnologias sustentáveis é um importante recurso para driblar as dificuldades naturais, próprias das regiões alagadas. Visitante da ExpoT&C, o advogado que reside no Pará, Neilton Gomes Carneiro, ficou satisfeito com o que viu e, segundo ele, a casa flutuante é um dos exemplos de como a ciência, especialmente a arquitetura e a engenharia, pode contribuir para o mundo conservar o meio ambiente.
A maquete do Flutuante Amanã, especialmente criada para ser apresentada na 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Goiânia (GO), possui área construída de 250 m², com capacidade para abrigar 20 pessoas. São três quartos, uma cozinha, uma despensa, uma sala de estudos, dois banheiros e um depósito externo para combustível. Além disso, várias tecnologias sustentáveis foram empregadas na estrutura, como:
– Aproveitamento de água d’ chuva: o sistema montado no Flutuante Amanã tem capacidade para coletar e armazenar 3.500 litros, funcionando simultaneamente com o sistema de coleta de água do rio. Um sistema complementar ajuda a limpar os dois tipos de águas coletados.
– Energia Renovável: o flutuante está equipado com um sistema de aquecimento de energia solar com capacidade para suprir seu gasto energético também nos dias nublados e à noite. Lâmpadas, computadores, freezers funcionam com a energia solar.
– Telhas de pet reciclado: telhas leves e resistentes são produzidas por uma empresa sediada em Manaus que recolhe as garrafas pets e transforma lixo em tecnologia sustentável.
– Madeira certificada: toda a madeira usada na construção do Flutuante Amanã possui um Documento de Origem Florestal (DOF), expedido pelo Ministério do Meio Ambiente. O DOF assegura que todas as normas ambientais foram cumpridas. Além disso, a madeira foi tratada com uma tinta-verniz especial, que além de deixá-la na sua cor natural também a tornou hidro-repelentes e protegida contra a radiação ultravioleta do sol, aumentando o tempo de vida útil e reduzindo custos de manutenção.
Confira, abaixo, mais imagens da maquete exposta na SBPC 2011 (Autoria: Josivaldo Modesto/IDSM):
Fonte: Instituto Mamirauá, por Eunice Venturi