Uso da Tecnologia pode auxiliar no tratamento do autismo no AM

Uma tarde de brincadeiras no parque de diversões, uma ida com os pais ao supermercado. Situações tão comuns no cotidiano de várias famílias, mas que para uma criança com espectro autista não é tão simples assim.

Na busca de ajudar os pais que tem filhos autistas a superar esse obstáculo, a Universidade Federal do Amazonas(Ufam) vem desenvolvendo um software que vai auxiliar no estímulo de determinadas habilidades, ajudando-os a superar as dificuldades de interação e socialização.

Por meio do Projeto Viver Melhor – Pró-Assistir, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), a doutora em informática pela PUC do Rio de Janeiro e professora do Instituto de Computação da Ufam, Thaís Helena Chaves de Castro, explicou que o software funcionará como uma espécie de jogo virtual e vai simular em um quadro multimídia situações do cotidiano real. “Por meio desse software, os pais vão poder estimular a criança primeiro no cenário virtual, para que os problemas geralmente enfrentados pelos autistas que são mais sensíveis a multidões, barulhos, o que é muito comum nesses dois cenários, possam antes ser avaliados e assim ambos vão poder se preparar de forma lúdica, para vivenciar a realidade”, destacou.

A ideia também é disponibilizar uma versão do software para ser usado em computadores, tablets e até na plataforma de videogames, como o X-box, onde a interação com a tela ocorre apenas com o movimento do próprio corpo. “No Brasil ainda temos poucas iniciativas para beneficiar os autistas, e a computação pode dar um apoio terapêutico, porque crianças autistas gostam muito de computador e também de música”, completa a pesquisadora.

Os resultados ainda não tem data marcada para acontecer, mas a intenção é disponibilizar o software gratuitamente para entidades que atuam diretamente no tratamento terapêutico entre elas o Mãos Atadas pelo Austimo (Mupa) e o Instituto de Autismo no Amazonas.

NOVA LEI GARANTE DIREITOS AOS AUTISTAS

A mais recente legislação que ampara crianças autistas foi sancionada no último dia  27 de dezembro de 2012 pela presidente Dilma Rousseff – Lei nº 12.764.  A Política de Proteção dos Direitos de Pessoa com Transtorno do Espectro Autista prevê que gestores de escolas que se recusarem a matricular alunos com a síndrome podem ser punidos com multa e em caso de reincidência, podem até perder o cargo.

A nova lei batizada de Berenice Piana, em homenagem à autora do projeto apresentado no Congresso, e que também é mãe de autista, traz um avanço por deixar claro que o autista deve ser considerado como pessoa com deficiência. Com isso, a partir de agora os autistas terão asseguradas todas as garantias previstas na política de pessoas com deficiência dentro de várias áreas como saúde, educação e previdência social.

CIÊNCIAemPAUTA, por Rosimara Silva